sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dia das mães

                        Peça teatral: O PRESENTE DA MAMÃE

AUTORA: Luciana das Mercês Santos
Escola Municipal Angelina Medrado
Lagoa Dourada

CENÁRIO: Sala de jantar e loja com vários potes e artigos de presente

PERSONAGENS: pai, mãe, filho, filha, lojista, vizinha

ROTEIRO

MÃE: Joãozinho, Mariazinha, venham tomar café. Já estão atrasados para a escola.

PAI:(sentado na sala de café) Vai lá dentro Gina. Os dois agarraram no quarto. Vai ver deitaram de novo, são tão preguiçosos...

MÃE:(de fora do cenário) Eu não acredito. Deixem de ser moles!
           (de volta ao cenário) Ô Joaquim, vê se chama os dois. Eles estão fazendo hora.

PAI: (grita bravo) Joãozinho, Mariazinha...

JOÃOZINHO E MARIAZINHA: Já vou, pai.

PAI: Já vou não.

JOÃOZINHO E MARIAZINHA: Já vim, pai.

MÃE: Tomem o café rápido, peguem a mochila ( entrega a mochila) e vão. Os lanches estão nelas.

MARIAZINHA: Eu não quero pão com salame não.

JOÃOZINHO: Eu não quero maçã nem banana.

MÃE: Hoje vocês começaram cedo, heim? Amanhã eu dou dinheiro para vocês comprarem doces.
 Dá um beijo no papai. Não esquece da mamãe.

MARIAZINHA: Vá você, Joãozinho. Eu já sou grande.

JOÃOZINHO: (fazendo um gesto com a mão) Falou, veio.

MARIAZINHA: Ô mãe, pode comprar fiado na vendinha da escola?

MÃE: Não.

MARIAZINHA: Só hoje, mãe?

MÃE: Já disse que não, não e não.

PAI: Não. Chega. Já pra escola.
(saem todos com exceção da mãe que reclama em voz alta)

MÃE: Ainda é cedo e tem tanta bagunça para eu arrumar. Por que sempre deixam os pijamas jogados, o jornal espalhado?
Agora vou arrumar os quartos e o banheiro. Tenho certeza que o JOÃOZINHO deixou tudo esparramado, a Mariazinha é mais organiada.

(sai a mãe e volta apavorada, gritando)

MÃE: Tudo, menos isso. Já falei mais de mil vezes, esqueceram de novo.

VIZINHA: Gina, Gina, ô Gina. O que está acontecendo?

MÃE: Estava no banheiro e não tinha papel higiênico.

VIZINHA: E precisa fazer este escândalo?

MÃE: ‘’E que tem hora que penso que não vou dar conta.

VIZINHA: Quantas horas?

MÃE: Hora de fazer almoço, depois arrumar a cozinha, depois ensinar o dever, depois...

VIZINHA: Só  quero saber as horas e não o que tem para fazer.

MÃE: Já estou atrasada. Depois a gente conversa.

VIZINHA: Cuidado com o estresse, heim?

(as criança chegam da escola, jogam as mochilas no chão)
MARIAZINHA: Estou com fome.

MÃE: Guardem as mochilas de vocês.

MARIAZINHA E JOÃOZINHO: Depois.

MÃE: Ah! É assim? Pois vocês vão ver sôo quando seu pai chegar.

(chega o pai)

PAI: O que está acontecendo?

MÃE: Nada não. Eles só estão com fome.
(à mesa) Deixe-me ver estas mãos. Agora a sua.

 JOÃOZINHO: Eu não quero alface. Eu não sou vaca.

MARIAZINHA: Credo! Detesto beterraba.

(começam a bater no prato e a gritar insistentemente)
MARIAZINHA E JOÃOZINHO: Quero batata frita...

PAI: Agora chega. Quem te ensinou esses modos?

MÃE: Tenham a santa paciência. Hoje não vão ter sobremesa.

MARIAZINHA E JOÃOZINHO: Desculpa.

MÃE: Meninos educados, obediente. É só a gente falar.

(as crianças começam a se empurrar)

MÃE: Para com isso. Uma boa surra dava jeito nisso)

MARIAZINHA: Não quero mais.

PAI: Tem de comer tudo, senão acaba virando palito.

(todos levantam, a mãe tira a mesa)
(Joãozinho sobe na cadeira)

MÃE: Desce daí, menino. Vai se machucar.
Por que você está quieta aí, Mariazinha? Alguma você está tramando.
Joãozinho, não anda descalço, já disse. Vai calçar o sapato. Para de correria dentro de casa. (Joãozinho cai.)
Chora não, filhinho, mamãe está aqui com você.

(A mãe sai, entra o pai)
JOÃOZINHO: Amanhã é dia das mães. Me dá um dinheirinho para comprar um presente?

MARIAZINHA: É mesmo, papai. Vamos comprar uma máquina de lavar roupas? Eu já fui na loja e custa...

PAI: Ficou doida, Mariazinha? Está achando que tem pé de dinheiro no quintal?

JOÃOZINHO:Deixa de ser pão duro, papai. Aposto que se a mamãe trabalhasse, ela daria dinheiro para comprar um carro para você no dia dos pais.

PAI: Acontece que ela não trabalha. Aqui eu é que coloco comida dentro de casa.

MARIAZINHA: A mamãe faz tudo pra nós. Ela merece.

JOÃOZINHO: É, mas o papai tem razão. Ela não trabalha.

MARIAZINHA: Eu juntei um dinheirinho no cofre, o Joãozinho também. Será que pode descolar algum pra inteirar?

PAI: Claro que sim.Toma dois reais para cada um. Compra uma coisa bem bonita, ta?

JOÃOZINHO: O senhor é mais pão duro do que pensei.

(entra a mãe)

MÃE: Estão amolando seu pai, crianças?

(as crianças saem, entram na loja)

MARIAZINHA: Tem alguma promoção para o dia das mães?

LOJISTA: Tem sim. A cada dez reais gastos, você ganha um pano de prato.

JOÃOZINHO e MARIAZINHA: Pano de prato?

LOJISTA: São panos de prato bordados, meninos. Vejam só. A sua mãe vai adorar.

MARIAZINHA: ë que a professora todo ano manda comprar pano de prato.

JOÃOZINHO: A gente só tem dez reais. O que dá para comprar?

LOJISTA: Tirando o pano de prato, um par de meias, um pirulito, esta embalagem linda...

JOÃOZINHO: Vamos comprar o pirulito.

MARIAZINHA: Por que o pirulito?

JOÃOZINHO: Porque a mamãe gosta tanto de mim que vai dar ele para mim.

MARIAZINHA: Deixa de ser egoísta, Joãozinho. Vamos comprar a embalagem.

LOJISTA: Levem a meia para por dentro.

MARIAZINHA: Queríamos uma coisa mais, mais... O que são aqueles potes ali?

LOJISTA: Uns potes que guardam sentimentos.

MARIAZINHA: Deixe-me ver.

LOJISTA: Estes potes foi um senhor velhinho que deixou aqui para eu vender. Engraçado, ele nunca mais voltou.

MARIAZINHA: Você já vendeu algum?

LOJISTA: Alguns já acabaram: egoísmo, inveja, ódio, luxúria...

JOÃOZINHO: O que você ainda tem?

LOJISTA: Amor, compreensão, sabedoria, caridade e outros sentimentos bons.

JOÃOZINHO: Quanto custa cada um?

LOJISTA: Como o velhinho nunca mais voltou, estou liquidando os sentimentos bons por cinco centavos cada. Ninguém compra mesmo.

MARIAZINHA: Pode encher a embalagem com todos os sentimentos bons que tiver aí. A mamãe vai adorar.

LOJISTA: Muito obrigada. Espero que sua mãe goste.

(chegam em casa)

MÃE: Põe a camisa dentro da calça, Joãozinho. Já está um moço e não sabe se arrumar.

JOÃOZINHO: Tem problema não, mãe.

MÃE: Continua assim que eu te dou umas palmadas.

MARIAZINHA:Mãe, tem um menino na escola que quer me namorar.

MÃE: Você é muito criança para isso. Quando crescer, pode.

MARIAZINHA: Mas o Joãozinho é mais novo que eu e você disse que ele já é um moço.

MÃE: É só jeito de falar. Vou preparar o jantar.

VIZINHA: Gina, Gina, ô Gina.

MÃE: Já vou.

VIZINHA: Seu filho bateu no meu. Vê se põe ele de castigo. O Pedrinho está chorando muito. Está até soluçando.

MÃE: Ô Joãozinho...

JOÃOZINHO: Ele mexeu primeiro, mãe.

MÃE: Você está merecendo umas palmadas, garoto. (Joãzinho chora)
Chora não, filhinho. Mamãe está aqui com você. Aí, vestiu a roupa agorinha e já está todo sujo. Já para o banho. Depois a gente conversa, comadre.

(sai a mãe e a vizinha, entra Mariazinha.

MARIAZINHA: Vamos ficar bonzinhos com a mamãe. Está na hora de dar o presente.

(entra a mãe e o pai)

MARIAZINHA: Aqui está o seu presente do dia das mães. Antes de abrir, quero dizer que você é a melhor mãe do mundo, a mais bonita e merecedora do universo.
JOÃOZINHO: Eu acho que na véspera do dia das mães a gente deveria, não sei como, receber uma carteira cheia de notas de cem reais para comprar o presente mais bonito do mundo para a melhor mãe do mundo. Mas não recebemos nada...

MARIAZINHA: Então te oferecemos um beijo bem molhado cheio de sentimentos bons.

(todos se abraçam e convidam a platéia para cantar PARABÉNS)












Nenhum comentário:

Postar um comentário