sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Aniversário de Emília

ANIVERSÁRIO DE EMÍLIA

 Autora: Luciana das Mercês Santos

(Na sala, Emília, D. Benta, Pedrinho, Nastácia enfeitam a sala cantando)

D. BENTA – Emília, até agora você não contou quem vem a sua festa de aniversário.

NARIZINHO – É mesmo, Emília, conte-nos.

EMÍLIA – Calem as suas bocas e continuem trabalhando. Depois vocês falam que eu é que tenho uma torneirinha de asneiras.

PEDRINHO – Espero que você não tenha feito nenhuma trapalhada dessa vez.

EMÍLIA – Claro que não. Já para a cozinha, Nastácia. Faça muitas coisas gostosas. E, se precisar de carne, não pense duas vezes, passe a faca no Rabicó.

D. BENTA – Calma, Emília, você está muito nervosa. Está na hora de começar a chegar os convidados. Você não vai se arrumar?

EMÍLIA – Venha Narizinho me ajude...
(bate à porta)

VISCONDE – Eu atendo. Meu Deus é a Chapeuzinho Vermelho.

EMÍLIA – É claro que é. Entre, por que demorou tanto?

CHAPEUZINHO VERMELHO – O lobo resolveu aparecer novamente.

D. BENTA – Coitada da D. Gertrudes! Ela se saiu bem dessa vez ou foi parar novamente na barriga do lobo?

CHAPEUZINHO VERMELHO – Não sei se perceberam, mas agora eu uso óculos.

VISCONDE – Eu também. E o que isto tem a ver?

CHAPEUZINHO VERMELHO – Ora Visconde! É que eu não enxergava direito e, agora que uso óculos, o lobo não conseguiu me enganar. Ele não se parece nada com a vovó.
(bate à porta)

PEDRINHO – Nossa! Você continua uma gata, heim Branca de Neve?
BRANCA DE NEVE – Muito obrigada, Pedrinho. Mas realmente não é fácil manter a minha beleza e continuar sendo a mais bonita do meu reino.

VISCONDE – E os anõezinhos, já encontraram ouro na mina?

PEDRINHO – visconde, não seja indiscreto.


BRANCA DE NEVE – Pode deixar, Pedrinho. Eles ainda trabalham lá e não encontraram ouro o bastante para realizarem seus sonhos.

PEDRINHO – E que sonhos são esses?

BRANCA DE NEVE – Sonham em se casar com minhas 7 amigas de infância e torna-las princesas.

EMÍLIA – É impossível isto. Será que vocês vão interrogar todos os véus convidados? Assim, eles acabam indo embora.

CHAPEUZINHO VERMELHO – Branca de Neve, venha, venha, junte-se a mim. Como vai o príncipe?

BRANCA DE NEVE – Bem, é o melhor marido do mundo.

EMÍLIA – Que sorte, heim. Eu não posso dizer o mesmo sobre mim. Meu marido é feio e chato, um verdadeiro porco.

CHAPEUZINHO VERMELHO – Eu sonho em me casar. Acho que já estou ficando para titia, mas a minha mãe acha que ainda estou muito nova.

BRANCA DE NEVE – Titia de quem? Você não é filha única?

CHAPEUZINHO VERMELHO – Triste fim. Nem titia eu vou poder ser.

EMÍLIA – Esperem até conhecerem o meu convidado especial. Vocês vão delirar.

PEDRINHO – Promete que dança comigo depois, Branca de Neve.

BRANCA DE NEVE – Quem sabe?

VISCONDE - Não tem medo, Pedrinho? O príncipe dela é ciumento e pode aparecer.

PEDRINHO – Não sabe que só tenho medo de marimbondos. Se ele aparecer por aqui, eu acerto ele com meu estilingue.
VISCONDE – Por que você não paquera a Chapeuzinho Vermelho que é livre e desempedida?
(bate à porta)

NARIZINHO – Cinderela, quanto tempo. Como vai o príncipe? Entre.

CINDERELA – Chato como sempre. O cara é um tremendo mão de vaca. Veja meus sapatos... tão surrados. Também, ainda são os mesmos do encanto.

NARIZINHO – Mas na sua história, vocês ficam felizes para sempre. Eu achei que...

CINDERELA – Não ache, Narizinho, não ache. Ele não sai do meu pé. Morre de ciúmes de mim.

PRÍNCIPE – Ô minha princesa, por que não me esperou? Não gosto que saia sozinha. Você podia ter encontrado algum animal perigoso no caminho ou uma pessoa que pudesse lhe causar algum mal. Que bom que está a salvo.

CINDERELA – Mas você não foi convidado, sua mala sem alça. Sai do meu pé, ô chulé. O convite foi em meu nome.

NASTÁCIA – Como vai, seu príncipe?

PRÍNCIPE – Muito bem, e já que está aqui, depois da festa queremos levar as sobras. Você sabe, por contenção de despesas.

EMÍLIA – Cale-se, seu unha de fome. Não sabe que as sobras são do Rabicó.

NASTÁCIA – Seu príncipe, o seu reino é tão pobre assim? Nunca ouvi falar de príncipe pobre.

PRÍNCIPE – Não sou pobre porque economizo. Se eu fosse esbanjado...

CINDERELA – Não me faça passar vergonha. Fique quieto e calado, seu, seu, seu...
(chega a fada-madrinha)

FADA – Parabéns, Emília. Vejo que está bem animada. Olá, Cinderela. Que saudade!

EMÍLIA – Que papelão, heim dona fada! Não serve nem para arranjar marido. E eu que ainda tinha esperança... Agora estou condenada a vive triste para o resto de minha vida ao lado do Rabicó.

FADA – Por que fala isto, Emília? O Rabicó é tão, tão, mas tão... Ora, se quiser posso te arrumar um príncipe.

EMÍLIA – Pelo amor de Deus, vire essa varinha pra lá, sua desajeitada.Prefiro o Rabicó a um príncipe unha de fome. Pobre Cinderela.

CINDERELA – Sua incompetente. Está mais para bruxa do que para fada. Agora vai se ver comigo.
( Fada e Cinderela brigam)

DONA BENTA – Parem, comportem-se, por favor.

FADA – Calma, Cinderela. Vou fazer um encanto para que ele melhore.

CINDERELA – é bom que isto funcione, senão te entregarei para o conselho de punições de fadas madrinhas.
(bate à porta)

NARIZINHO – Rapunzel, entre, a festa já começou. Por que se atrasou?

RAPUNZEL – estava desembaraçando o meu cabelo.

NARIZINHO – Por que você insiste em deixa-los tão compridos?

RAPUNZEL – É que acabei me acostumando e o príncipe gosta deles assim.

NARIZINHO – Realmente eles estão lindos.

RAPUNZEL – Onde está a Emília? Preciso lhe dar os parabéns.

NARIZINHO – Emília...

RAPUNZEL – Parabéns, Emília. A sua festa está linda.
(bate à porta)

EMÍLIA – Preparem-se, vocês terão a maior surpresa de suas vidas.
(Todos se aproximam. Bate à porta.)

CHAPEUZINHO VERMELHO – Meu herói!!!
(todas rodeiam o Zorro)

PRÍNCIPE – Sai daí, sua assanhada.

ZORRO – Que surpresa, encontra-las todas juntas! Cada uma mais bonita que a outra, com todo respeito.

FADA – Eu pensei que você não existisse de verdade.

ZORRO – Pois existo e como vocês podem ver, lindo igualzinho nos filmes.

VISCONDE - Afastem-se, afastem-se. Parecem até que nunca viram homem. Deixem de ser oferecidas.

EMÍLIA – Não como esse!

BRUXA – Ra, ra, ra, ra, ra... Acharam que eu não vinha? Pois aqui estou. Chega de brigas. Hoje até eu quero me divertir. Nastácia...

NASTÁCIA – Credo em cruz, ave-maria, sai pra lá coisa ruim. De onde saiu essa alma de outro mundo, meu Deus.

BRUXA – Pare de bobeira, sua medrosa e traga-me um de seus bolinhos, pois deixei em casa as maçãs envenenadas.

NASTÁCIA – Se quiser, pegue na mesa. De você eu quero distância.

BRUXA – Sua mal educada, não vê que eu vim em paz? A Emília me convidou com essa condição.

EMÍLIA – Chega de conversa e vamos dançar agora.

ZORRO – Quero ter a honra de dançar com a aniversariante. Eu, o mascarado mais cobiçado do planeta. Som na caixa DJ.


                            FIM










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